Bicho do Mato, fuga das confusões humanas, malditos ignorantes, estragos gratuitos,
quero ser inseto, enxergar do alto, assustar embaixo, amedrontar, só por existir de fato,
ou ser felino, os coitados aprisionados em caixas de concretos, ou quem sabe, os esfomeados,
vivendo da capada natureza selvagem, quando não são mortos por covardes, terrível Homo Sapiens.

Mergulhei no profundo oceano dos teus olhos, extenso breu, deparei-me com um belo par de pérolas negras,
banhadas por brilho, rodeadas pelas areias claras do teu rosto, estas, revestidas por camadas de pequenas sardas,
deslizo por tua face, vagarosamente, tateando pacientemente as linhas quadriculadas, ornamentadas por algas onduladas,
teus fios pretos, que tanto exacerbam a tua morenitude, majestosamente, completam e definem a tua superfície.

Não sirvo a nada, não caibo em ninguém, coração vagabundo, moribundo,
não sou o tecido justo que amacia, nem o animal perspicaz que se adapta,
pareço-me com o fogo que se alastra nas folhas secas, naturalidade destrutiva,
fervente, deixo cinzas, não há fênix no meu deserto, muita poeira, um inseto.

Os ventos uivaram, escoaram sonoramente pelas montanhas, trazendo reflexões das mais profundas entranhas,
o silêncio envergonhado, és tão barulhento, os animais ouvem os lamentos, passarinhos coloridos, lobos cinzentos,
a harmonia ao redor a denunciar seu tornado, a natureza, ansiando por lágrimas ocultas, salpicar a terra obscura,
nenhuma confissão fica muda aos sussurros invisíveis, a brisa que lhe arrepia os pelos, flutua suas palavras não ditas.

Passarinhando, amanheço cantando, benquisto, verde colorido, empoleiro-me aqui todos os dias,
embelezo a janela, dou vida ao telhado, lhe dou prosa, lhe arranco risos, pios e voos, mil vezes por dia,
entro e saio deste recinto, alpiste, linhaça, girassóis e uma violeta, sorte deste pequeno cheio de peninhas,
saio de noitinha, não sou o cuco, parasita de ninhos, veja, sou um cortês periquito, australiano engraçadinho.

Invisível, quase indetectável, tomou forma, jeito, tsunami em água parada, olhos de jabuticaba,
linda face de sardas temperadas pelo sol, pele mergulhada em leite, corpo é fascínio, um deleite,
tortas nuances, forte maturidade, a menina mulher de voz rouca tranquila e a rara sintonia afinada,
e então, barreira quebrada, o homem passarinho e a mulher violeta, meteoros e cometas.

Eu sou um herói, criança, tenho quaisquer super poderes, acabarei com todos os malefícios desse mundo,
começarei voando pelos céus, cortando nuvens, imponente, derrotarei criaturas armadas, sou invulnerável,
então, posso à noite, ser o morcego em becos sem saídas, não darei chance a assaltantes, nem bandidos,
veloz, flash, salvarei famílias da arma apontada para a cabeça, como fazem, policiais mal remunerados.

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