Eu faço amor contigo, crio motivos, ideias, imagino, artesão da sua estrutura física,
corto a tensão na raiz, colo o corpo, descolo, insisto, riste, dou cor a face, tenro líquido,
faço esboço da pele amassada, recomeço, inacabado, mente criativa, tua corpulência, meu desalinho,
feito com as mãos, experimentado, minha obra prima ao seu lado, o amor artesanato.

Te notei, noite fria, um bar, meia lua, um vestido verde estonteante, entediada, um balcão, dois copos,
aquele homem não lhe merece, olhe-me, deixe-me pagar uma bebida, adivinharei a sua preferida, errarei, então me dirá,
farei rir de qualquer bobagem, prometo, explicarei que a lua não tem sentido sem um par como nós, ganharei tempo,
eu sei, não cairá em palavras fáceis, lhe desafio a me seguir, guiarei sem direção, enrolando seu juízo.

Como é escuro o brilho dos teus olhos, quando não fitam em segredo, o teu perdido amado,
chora sem plateia, esse preto espetáculo, a beleza líquida desse poço d'água, retraídos em pálpebras,
já sorriram tantas vezes, junto a teus risos, embarcados nas lembranças, daquele triste amor recente, amargo,
dormem tímidos e sem graça, dentro do veludo da pele, contraídos, sem permitir que admirem, estas lindas pupilas.

Apaixonei-me pelo sabor dos teus lábios molificados de linhas tortuosas, beija-me,
fitei os teus olhos, doces jabuticabas, caindo sobre mim, maduras e espontâneas, olha-me,
admirei-te, pinturas na pele, obras de arte da minha parede, sardas de tinta leve, toca-me,
intitulei-a Violeta, deixei-te preencher os espaços vazios com tuas cores, colora-me.

Trancados, abafados, ares compartilhados, covil humano fechado, prosas, lembranças,
aquele dia, o momento inesquecível, agora, risos, sorrisos, malvadezas, malevolência,
confinados, o instinto natural grita alto, sei lá, jazz no rádio, celulares desligados,
pandemia condena o mundo, não toca aqui, onde toco, só dois e coisa alguma a fazer, quase.

Não vou embora, assim tão repentinamente, impregna-nos, as cinzas da paixão recente,
amar é Fênix, ressurge indubitavelmente, vem de olhares que se tocam, beijos que se molham,
amarrar de braços, ou ainda em letras que nos desenham nas músicas e rabiscam em poesias, tilintam,
estamos vivos nas funções que bombeiam um só coração, somos átrio e ventrículo.

Um sonho, uma morena, uma ponte, um caminho, dois sorrisos, um beijo prazeroso a moda antiga,
o céu, um lençol preto com olhos brilhantes, a fitar o momento, dando charme, resplendor a cena,
dedos deslizavam nas sardas como brisa fria, braços anexando corpos, chama inevitável dos enamorados,
olhares repletos de aspiração, estarem sós, serem pares, realizações simples dos apaixonados.

Gostou? Compartilhem as poesias flutuantes e lembrem-se deste humilde pseudo poeta como autor, eternamente agradecido.

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