Moça bonita, aprecie minha incapacidade de decifrar as linhas, vejo-a desamarrar-se,
soltar a corda, aliviar as pedras das costas, distraindo-se com o abandono do juízo,
rindo de ninguém, sorrindo para si, dando voz a qualquer música, flertando com a vida,
sabe sofrer, nem parece aquela menina, chorosa, lágrimas de um passado, salgado.

Você é tão linda, não refute os fatos,
nos fios pretos e lisos, o brilho da noite,
na pele branca e pintada, as luzes do dia,
o que dizer do olhar castanho que imobiliza?!

Ela não é desse tempo, pertenceste a outros verões, antepassados, períodos incrustados,
desfilava-te com grandes chapéus de tecidos aveludados, pele branca beijada pelo sol, pequenas manchas de linho,
sorrisos fáceis, doces companhias, praças cheias de vida, seu hobby era ser ilha, objeto de fascínio, de conquista,
beleza cultuada por artistas em quadros impressionistas, era tudo sonho em vida, mundo colorido.

Apaixonei-me pelo sabor dos teus lábios molificados de linhas tortuosas, beija-me,
fitei os teus olhos, doces jabuticabas, caindo sobre mim, maduras e espontâneas, olha-me,
admirei-te, pinturas na pele, obras de arte da minha parede, sardas de tinta leve, toca-me,
intitulei-a Violeta, deixei-te preencher os espaços vazios com tuas cores, colora-me.

Mergulhei no profundo oceano dos teus olhos, extenso breu, deparei-me com um belo par de pérolas negras,
banhadas por brilho, rodeadas pelas areias claras do teu rosto, estas, revestidas por camadas de pequenas sardas,
deslizo por tua face, vagarosamente, tateando pacientemente as linhas quadriculadas, ornamentadas por algas onduladas,
teus fios pretos, que tanto exacerbam a tua morenitude, majestosamente, completam e definem a tua superfície.

Não posso ficar aqui a amar-te, apesar de ti, ser meu lugar, nunca tive chance de fazer lar,
és como flutuar sem ter pouso, viver sob asas dos sonhos, sem o descanso merecido na paz do amor,
queimamos todo o carvão num dia, inundamos em outro, esperando que o sol apareça e renasça o fogo,
a combustão dessa paixão que nos consome, reinicia o processo sempre na outra manhã, onde não estamos.

Teus olhos me veem, tentam enxergar, a forma, o jeito, aspecto deslumbrativo, fascínio,
pintura restaurada, tantos pincéis foram quebrados, borrando arte precária, mal acabada,
mesmo assim, as cores dilataram suas pupilas, tela líquida em parede neutra, paixão novena,
veja, combinas com a mobília, decoras o interior, despejas cor em cinza frio, desejos, calafrios.

Parabéns meu anjo celestial, mio grande amore, minha razão de vida,
tu és tão primorosa, agradeço aos céus sua presença em meus dias,
gentil, caridosa, formosa, bondosa, nem precisava ser linda,
veio ao mundo como estrela, a iluminar os próximos, todos os dias.

Os raios de sol beijam os pés, inundados na transparência líquida,
nossas mãos pregadas balanceiam vagarosamente, conexão da alma,
olhares perdem-se em tanta beleza, especialmente sua, tão minha,
areia dura, represa límpida, troncos tortuosos, repleta natureza.

O seu sorriso devasso que agora se expõe,
passeia em meus pensamentos líricos,
com destino certo e amor sem fim,
planejando a filosofia do Carpe Diem.

Gostou? Compartilhem as poesias flutuantes e lembrem-se deste humilde pseudo poeta como autor, eternamente agradecido.

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