Bicho do Mato, fuga das confusões humanas, malditos ignorantes, estragos gratuitos,
quero ser inseto, enxergar do alto, assustar embaixo, amedrontar, só por existir de fato,
ou ser felino, os coitados aprisionados em caixas de concretos, ou quem sabe, os esfomeados,
vivendo da capada natureza selvagem, quando não são mortos por covardes, terrível Homo Sapiens.
Um ano a mais de vida, um a menos, cada dia, um passo ao finamento, vivendo, morrendo, lampejos,
a beleza deteriora-se, vejo as escolhas da trajetória para o sprint final, sempre tarde, quando se vai cedo,
separa-se os ciclos, fases, em todas, meu sorriso, o perfeito disfarce, lobo, passarinho, eterno bicho do mato,
discreto, sereno, se eu pudesse voar, facilitaria, e não seria eu, lá, rompendo o laço no fim da corrida.