Sem licença, sem permissão, todas as aspirações suprimidas, cuidado, chão frágil, vidro quebradiço, pisar devagarinho, cochichar no ouvido, silenciar o coração golpeado, abraça-me, deixe-me forrar o caminho, sou as mãos que lhe segura, os olhos na escuridão, prometo ser o nada que precisa, mais uma vez, respire, sinta a brisa acariciar seu lindo rosto pela janela, enquanto costuro todas as feridas abertas.

Repentinamente, coração pula, pobre coitado de pernas curtas,
sofre infeliz, tolo, sozinho, não pode ver um abismo, morte é juízo,
infarto é sobrevida, choques elétricos nesse músculo ferido, maldito,
o que há de melhor, crucificado em madeira com pregos enferrujados.