Estou longe, onde o nada é meu,
distanciei-me de tudo, complexo apogeu,
fuga intempérie da vergonha do meu eu,
pobre alma inerte, enrubesceu.
A culpa é do Amor, ser desafortunado, errante, escolheste a mais linda mulher e o mais apaixonado dos homens,
para quê?! Após acertos inquestionáveis, agendaste o tempo errado, anos e décadas passastes, tudo pareces tarde,
milhares de obstáculos inventastes, ora senhor Amor, malvadezas à la carte, lá se vai a linda história feliz que criaste,
acinzentando cores, calando vozes, gelando corpos, distanciando corações, sofrendo perdas irreparáveis, tudo, alteraste.
A dor da perda, de algo, de alguém,
o infortuno acaso, o insuportável saber,
a aflição é tamanha, não há como refazer,
está feito e compaixão pode ter.
Até onde o acaso podes atingir? Não es cabido, definir quando vou partir,
em fogo alto queimareis, do ar desabareis, da terra engolireis, os sonhos, do céu realizareis,
és mascarado este acaso, és imundo de descaso, persegue-se o culpado, em vão sempre serás caçado,
caminhareis em paz a rota alternativa, flutuando com essas asas plumadas que ganheis na partida.