Sem licença, sem permissão, todas as aspirações suprimidas, cuidado, chão frágil, vidro quebradiço, pisar devagarinho, cochichar no ouvido, silenciar o coração golpeado, abraça-me, deixe-me forrar o caminho, sou as mãos que lhe segura, os olhos na escuridão, prometo ser o nada que precisa, mais uma vez, respire, sinta a brisa acariciar seu lindo rosto pela janela, enquanto costuro todas as feridas abertas.
Eu sou um herói, criança, tenho quaisquer super poderes, acabarei com todos os malefícios desse mundo,
começarei voando pelos céus, cortando nuvens, imponente, derrotarei criaturas armadas, sou invulnerável,
então, posso à noite, ser o morcego em becos sem saídas, não darei chance a assaltantes, nem bandidos,
veloz, flash, salvarei famílias da arma apontada para a cabeça, como fazem, policiais mal remunerados.
Vazio, abismo de sorrisos tristes, choros alegres,
cadáver que rasteja, resmunga, nenhuma mísera beleza,
corpo de ossos e carne fraca com a alma velada,
imensa escuridão, uma parte de si, sepultada.