O que é a distância se ela é só um caminho?
Há de dar passos sem perder os trilhos,
a estrada é longa e não permite deslize,
até que tudo equalize.

De repente era amor, palavras adocicadas, longas prosas, jeito fácil,
músicas adotadas, sorrisos colados, corpos selados, beijos intermináveis,
juras de um amor eterno, corações alados, sentimentos inquestionáveis,
as imperfeições perfeitas de um casal amável, dignos de contos encantáveis.

Bang, não há mais reflexos das estrelas noturnas no mar, nem os raios de sol bronzeiam as rosas,
os animais não desbravam a terra selvagem, o vento sopra fraco, poupando as folhas, a natureza está falha,
o ar está pesado, denso e impuro, os insetos sumiram do quintal, os humanos risonhos, não sorriem mais tão fácil,
as Violetas perderam suas inúmeras cores, os passarinhos cantarolam sem som, o amor, já não aquece os corações.

Sente aqui, como está? Parece sorrir com os olhos, linda está,
a vida é mesmo feita de figuras rítmicas, envolve-nos pela melodia lenta,
os ritmos acelerados, não importa a batida, não se decora a coreografia,
as notas coloridas e os graves agudos, embalam nossos passos até a partida.

Vou vadiar, cortejar minha solidão, cultuar-me no espelho, tentação em batom vermelho, intrínseco,
aquele perfume, dia do casamento, quebrado, despedaçado, fiapos, tristeza em véu branco e grinaldas,
sapato salto alto, vestido elevado, blusa solta, colo visto, veneno em doses letais, intencionada,
uma dose única de Shakespeare, romance perdido, sereis alguém que não se importa, noite de sorte.

Se um dia eu lhe disser adeus, do que lembrarias? Daquela pedra dura que viraste leito no litoral paulista?
Dos toques e sensações únicas que lhe fizeste? Ou dos dias quase intermináveis, numa cabana simples no meio do mato?
talvez queiras esquecer-me, como um cometa que passaste dentro de tua poeira cósmica, tirarias o peso das costas,
chorarias por alguns dias, imaginando o que seríamos, é fácil cair, quando não és tu, quem soltarias a corda.

Triste estou, pelo vinho que não deu pileque, alegria das almas,
por uma noite de amor ausente, morangos solitários, chantilly desperdiçado,
frutas que do pé não foram roubadas, uma viagem sem banho de lama no carro,
a carência da vista de um trem, assim como sonhos, só de passagem.

Gostou? Compartilhem as poesias flutuantes e lembrem-se deste humilde pseudo poeta como autor, eternamente agradecido.

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