Bem vindo Ano Novo,
entre, não repare a desordem desse ano,
chute a porta, ponha o pé pra cima,
apresente novas perspectivas.
De repente era amor, palavras adocicadas, longas prosas, jeito fácil,
músicas adotadas, sorrisos colados, corpos selados, beijos intermináveis,
juras de um amor eterno, corações alados, sentimentos inquestionáveis,
as imperfeições perfeitas de um casal amável, dignos de contos encantáveis.
Italianos, a olhar a face da morte todos os dias, nenhuma autoria, vírus a dominar o mundo, tristes vítimas, milhares de mortes em que não se enterra o querido, nem se olha nos olhos,
nenhum beijo na partida, alguns se vão sem oração, sem benção do padre, duramente são ceifados, desvanecem cedo os mais velhos, tradicionais, o verde, branco e vermelho, sangue incrustado.
As palavras flutuam, esbarram suavemente nas nuvens,
despencam duramente como chuvas, encontram na face, as lágrimas,
deslizam na tristeza ou alegria, são repassadas por várias vias,
de beijo em abraço, de coração em laço, lá estão elas, emocionando os fatos.