Haverá momentos ríspidos, penosos, a boca não será de beijo, nem o toque será de pele,
batalhas constantes contra os próprios sentimentos, recuando e avançando, inevitáveis danos,
o próprio coração fará discursos a constranger e oprimir a sua massa cerebral, revalidando os ideais,
mentirá a si mesmo, lutará pela própria causa, brutalidade, peito aberto, herói flechado.
Italianos, a olhar a face da morte todos os dias, nenhuma autoria, vírus a dominar o mundo, tristes vítimas, milhares de mortes em que não se enterra o querido, nem se olha nos olhos,
nenhum beijo na partida, alguns se vão sem oração, sem benção do padre, duramente são ceifados, desvanecem cedo os mais velhos, tradicionais, o verde, branco e vermelho, sangue incrustado.
As Guerras e seus parênteses,
armaram o homem com o Diabo,
sacrificaram santos, santificaram os cabos,
o lado bom, não tem lado.
Mulheres, subestimadas em velhos tempos, heroínas desse milênio,
guerreiras inteiras, lutadoras em guerras das armas e dos sexos,
Malala, Joana d'Arc, Tarsila do Amaral, Anita Garibaldi, tantas outras,
imortalizaram seus ideais, direitos, deveras justo, profundo respeito.
Não posso ficar aqui a amar-te, apesar de ti, ser meu lugar, nunca tive chance de fazer lar,
és como flutuar sem ter pouso, viver sob asas dos sonhos, sem o descanso merecido na paz do amor,
queimamos todo o carvão num dia, inundamos em outro, esperando que o sol apareça e renasça o fogo,
a combustão dessa paixão que nos consome, reinicia o processo sempre na outra manhã, onde não estamos.
Sente aqui, como está? Parece sorrir com os olhos, linda está,
a vida é mesmo feita de figuras rítmicas, envolve-nos pela melodia lenta,
os ritmos acelerados, não importa a batida, não se decora a coreografia,
as notas coloridas e os graves agudos, embalam nossos passos até a partida.