Acaso, um ziguezague imperceptível de acontecimentos, ambidestros, imutáveis, meros ou complexos casos,
o encontro incontrolável de pessoas, lugares, o exímio tempo exato, como ser alvejado, sem nunca ser alvo,
coisa alguma de destino concreto, nem ocorrência premeditada, puro fenômeno natural, há quem diga, sobrenatural,
surpresas benignas ou malignas, decorrentes do inimaginável, deveras questionáveis, surpreendendo-nos fatalmente, sempre.

Ela não é desse tempo, pertenceste a outros verões, antepassados, períodos incrustados,
desfilava-te com grandes chapéus de tecidos aveludados, pele branca beijada pelo sol, pequenas manchas de linho,
sorrisos fáceis, doces companhias, praças cheias de vida, seu hobby era ser ilha, objeto de fascínio, de conquista,
beleza cultuada por artistas em quadros impressionistas, era tudo sonho em vida, mundo colorido.

Deus, crias-te tudo, um universo completo,
propagador da misericórdia, decerto,
da natureza, a humana lhe falhou,
perdoou até quem lhe apedrejou.

Bang, não há mais reflexos das estrelas noturnas no mar, nem os raios de sol bronzeiam as rosas,
os animais não desbravam a terra selvagem, o vento sopra fraco, poupando as folhas, a natureza está falha,
o ar está pesado, denso e impuro, os insetos sumiram do quintal, os humanos risonhos, não sorriem mais tão fácil,
as Violetas perderam suas inúmeras cores, os passarinhos cantarolam sem som, o amor, já não aquece os corações.

Italianos, a olhar a face da morte todos os dias, nenhuma autoria, vírus a dominar o mundo,
tristes vítimas, milhares de mortes em que não se enterra o querido, nem se olha nos olhos,
nenhum beijo na partida, alguns se vão sem oração, sem benção do padre, duramente são ceifados,
desvanecem cedo os mais velhos, tradicionais, o verde, branco e vermelho, sangue incrustado.

Estou esgotado, das batalhas diárias, do conflito necessário,
pondero parar, sentir o gosto amargo do fracasso em tentar,
sem que o mundo desabe de um andaime na consciência, tsunami infame,
arrasta tudo, até minha coragem, pode vir, em frente vou continuar.

Enquanto este mundo implode, deita-se em colo, minha gata rajadinha, pensamentos ronronam, sonhos felídeos,
neste, sinto-me selvagem, a invadir terrenos inexplorados, como gata desgarrada, amando toda liberdade,
pulos, afasto-me do lar, saltando em quatro patas delicadas, contemplo estrelas, em cada uma, meus segredos,
repentinamente, pelos curtos arrepiam-se, há um gato invadindo meu espaço, constelação felina.

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