Haverá momentos ríspidos, penosos, a boca não será de beijo, nem o toque será de pele,
batalhas constantes contra os próprios sentimentos, recuando e avançando, inevitáveis danos,
o próprio coração fará discursos a constranger e oprimir a sua massa cerebral, revalidando os ideais,
mentirá a si mesmo, lutará pela própria causa, brutalidade, peito aberto, herói flechado.
Há um lugar, o chamam de lar, íntimo como retrato, o tempo voa como garça,
a atmosfera interna, conhecida, intrínseca, até os odores ruins agradam, assimilam,
pernas espreguiçam em qualquer encosto, culinária local, música ambiente, até mais gente,
quem sabe alguns animais, e a paz governanta, sempre presente neste local.
Que sejam um pouco mais leves, as dores insuportáveis que extirpam as energias, físicas, mentais, astrais,
o incurável e triste saber, que não há mais tanto a fazer, que as mãos de Deus lhe assegurem, a paz duradoura em vida,
que nenhuma queda constante, seja tão brusca, que possa lhe afundar em poço, exagerar mais essa dor, drenar seu bom espírito,
há de sobrevoar-te acima de ti, o teu anjo de asas, este que nunca foge a luta, nem abandona.
Passou, passado, sou roupa nova, aroma de livro novo, ambiente redecorado, cheio de novidades,
histórias vigentes, amores embrasados, não sou mais um clichê sem graça, sou puro entusiasmo, agora,
uma obra de ação surpreendente, ninguém mais pode ler-me num roteiro, estou só improviso, sem rodeios,
quero, faço, amo, dou laço, negar, não tem mais embaraço, sou a conquista, livre, liberdade.