De repente era amor, palavras adocicadas, longas prosas, jeito fácil,
músicas adotadas, sorrisos colados, corpos selados, beijos intermináveis,
juras de um amor eterno, corações alados, sentimentos inquestionáveis,
as imperfeições perfeitas de um casal amável, dignos de contos encantáveis.
Deixa ir, há rocha nos ombros, pesares no olhar, amor a definhar-se,
uma voz rouca que grita, esperneia, sequer ouvida, logo silencia-se,
lágrimas inundam a face, estás o pó, o resto, nenhuma força na fadiga,
um cadáver rastejante, a saborear devagar os seus piores dias.
Há um lugar, o chamam de lar, íntimo como retrato, o tempo voa como garça,
a atmosfera interna, conhecida, intrínseca, até os odores ruins agradam, assimilam,
pernas espreguiçam em qualquer encosto, culinária local, música ambiente, até mais gente,
quem sabe alguns animais, e a paz governanta, sempre presente neste local.