Poesia - Minhas Palavras - J.B.G

Minhas Palavras

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Admiro minha capacidade de flutuar em palavras perdidas, transportando-as por aí, fugas necessárias, inspirados cometas,
rir debaixo de lágrimas, chorar secando o solo, derramar sentimentos dentro de baldes vazios, as vezes profundos, imersivos,
até fiz palavras sutis parecerem destrutivas com bom ritmo, declarei amor a benção de vinho, narrativas alegres em cotidianos tristes,
dancei com belas poesias vadias, poetizei sobre deus, futebol, morenas, natureza, um pouco mais, minhas imprevisíveis poesias.

Das palavras, emoções eu flutuei, epistolando, despindo um pobre coração, entregando-o em brasa, oxigenação dos amores perdidos,
cada sílaba, perfurantes como pontas de flechas, a fazer sangrar lentamente meus olhos de leitura, enquanto beberico as gotas pela boca,
vampiresco, a dor me agrada, inspira, ainda sim, tão minúsculo se comparado a felicidade genuína, a paixão incontrolável, a decepção inevitável,
explorando rimas simples, auto suficientes, sonetos, sem referências nominais a quem ou algo que já fez bater, esse coração pouco tamborilado.

Cada poesia, um pombo com escala em minha caixa postal, só para certificar-me das letras miseráveis, vocabulário curto, gramática errática,
tão bonito e cruel em sua verdade, então eu rasgo sem medi-las antes de doa-las, cada palavra despedaça em meu interior, sopa de letrinhas, ácida,
não é fácil dissolver as palavras, enquanto figurinhas poéticas fazem receitas cegas de autoajuda, pouco úteis, aceito limões puros em feridas abertas.

Aqueles que me leem, em tampouco número, saiba, as palavras flutuantes, antes da viagem, fazem as malas na originalidade, inconsistentes verdades,
estas, tão necessárias de provas, quanto explicar o amor impossível ao apaixonado, o poço fundo ao depressivo ou o álcool destilado ao whisky irlandês,
afinal, são só palavras comuns de um pseudo poeta, pode ter cor em sua caneta, tato em seu arrepio, sabor em sua língua, cada ser, interpretação particular.

Poesia por J.G.B

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