Crise nova, o infindável mergulho no abismo, mente enterrada pelas circunstâncias da vida, pisoteada pelos fracassos,
ocorrências, há tanto tempo, de vez em quando, quase sempre, não se vai tão cedo, fique mais um pouquinho, desiquilíbrio,
à custa de nada, estrague só mais este dia, quem é feito de conflitos internos, de colapsos viverás, basta não viver, e verás,
um dia qualquer, um domingo de sol, lá estará, a perturbação a lhe sorrir, enquanto afundas na incerteza, profunda contenda.

Ânimo crescente, o melhor remédio do receituário, mas nem todo mundo é doutor, que possa a si receitar, identificar,
livre de efeitos colaterais, de sabor doce viciante, um biotônico alcoólico, é pura satisfação, mela como mel a garganta,
desce fácil, tome no gargalo, se este medicamento não serve para tudo, mal nenhum fará, bebericar, tomar, virar, transformar,
em pouco tempo, és verde a escuridão, não se afunda mais, o último pé que saiu do barro, pisa agora onde o mal está, marcharás.

Felicidade cheia, a iluminar todos os cantos, desta vez, é a boca que lhe sorri de volta, refletindo o estado de espírito,
a plena e natural alegria de estar feliz por nada, ou poucos motivos, andar sobre nuvens sem machucar os pés, está tudo bem,
e mesmo se não estivesse, estaria, o bom humor, entusiasmo, prazer e risos, as vezes nada lhe tira, fase magnífica.

Tristeza minguante, o choro desesperado ou gota a gota, os inesperados fatos do cotidiano, há sempre de acontecer, lamentos,
de fases vivemos, não escolhemos, somos instáveis, uma bomba relógio, uma flor em vaso, uma tempestade, uma brisa de verão, não,
estamos perto do indecifrável, metamorfose, a todo momento uma forma diferente de estar, chocolate ou limão, não sei, é fase.

Poesia por J.G.B

Pintura "Moon Phases Painting" por Stephanie Dashiell