Poesia - Acaso e Destino - J.B.G

Acaso e Destino

4.5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Votes 4.50 (2 votes)

Acaso, um ziguezague imperceptível de acontecimentos, ambidestros, imutáveis, meros ou complexos casos,
o encontro incontrolável de pessoas, lugares, o exímio tempo exato, como ser alvejado, sem nunca ser alvo,
coisa alguma de destino concreto, nem ocorrência premeditada, puro fenômeno natural, há quem diga, sobrenatural,
surpresas benignas ou malignas, decorrentes do inimaginável, deveras questionáveis, surpreendendo-nos fatalmente, sempre.

Nada é por acaso, diria o sábio de rua, acreditas quem quiser, unânime entre nós, somente o que os olhos falhos podem ver,
mentes humanas limitadas, habituadas a admitir apenas, o que os sentidos básicos revelam, sem levar em conta, o inexplicável,
do amor repentino ao destino, quem seria capaz de escrever as linhas e não as ler? Traçar todos estes caminhos incompreendidos?
mal refletimos, o universo é um redemoinho, a trazer e levar, tudo que nunca foi, coisas que nunca vieram.

Aquele dia, começou um novo ciclo, àquela hora, mudou meu dia, aquele instante, salvou minha vida, átomos decisivos,
tempo que passa, nota-se os fatos, obviedades escancaradas, as ocorrências cruzam-se, descobre-se algo, momento iluminado,
lampejos, estalos cintilantes, então, compreendemos algum sentido, seja qual for o motivo, alterar o rumo, readequar a cronologia.

Somos donos únicos do próprio corpo e mente, contudo, poucos sabedores do destino, feitos de conjuntos infindos de acasos, mar trépido,
chicoteando em várias direções, nosso fim, obscuro, nossa nascente, algum lugar que não tivemos escolha, devemos melancolicamente admitir,
somos incapacitados, entendemos o raso, nem a ciência clarifica, há mais desconhecido neste mundo, do que em nossas pobres teorias.

Poesia por J.G.B

Pintura "Take a Chance" por Ira Mitchell-Kirk

Tags: destino universo mundo tempo acaso lugar sabedoria encontro pessoas momento iluminação ciência teorias