Amar, Guerra e Paz

Haverá momentos ríspidos, penosos, a boca não será de beijo, nem o toque será de pele,
batalhas constantes contra os próprios sentimentos, recuando e avançando, inevitáveis danos,
o próprio coração fará discursos a constranger e oprimir a sua massa cerebral, revalidando os ideais,
mentirá a si mesmo, lutará pela própria causa, brutalidade, peito aberto, herói flechado.

Amar em ambiente hostil, ultrapassar os limites, invadir a propriedade, dançar valsa em campo minado,
alguns amores são formados nas guerras, apaixonantes, suicidantes, viciantes, doses de whisky na trincheira,
dispostos a morrerem pregados, queimando, virar cinzas passadas, ganhar medalhas póstumas, um quadro na parede,
um romance que pode não resistir aos conflitos, abatidos pela falta de ousadia e juízo.

Haverá fins de guerras, corpos frios, corações gelados, solitários, ninguém para envolver os braços,
cartas escritas que nunca serão lidas, amores sem última chance, melancolia de emoções que antes, foste tão bonitas,
contentamento, fotografia para relembrar momentos, em pouco tempo, parte será trauma ou lamento.

Amar em período de paz, pós-guerra, honra aos sobreviventes, mérito aos heróis triviais, bons tempos,
corpos pelo caminho, dias sofridos, há um custo para o árduo amor, guerrear até que o último soldado tenha partido,
forjar amor em aço, estancar as feridas, amar é luta diária, sucumbir, não será vida perdida.

Poesia por J.G.B

Pintura "Passion of love" por Shabnam Zafarmand