Poesia - Somos - J.B.G

Somos

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Não vou embora, assim tão repentinamente, impregna-nos, as cinzas da paixão recente,
amar é Fênix, ressurge indubitavelmente, vem de olhares que se tocam, beijos que se molham,
amarrar de braços, ou ainda em letras que nos desenham nas músicas e rabiscam em poesias, tilintam,
estamos vivos nas funções que bombeiam um só coração, somos átrio e ventrículo.

Não parta assim, abruptamente, delongue um pouco mais, abafe no mesmo ar que respiramos,
mergulhe em nosso amor mar, deixe correr em suas artérias, o sangue quente dos tenros desejos,
façamos uma memorável despedida, permita que todas as partes do corpo, gritem por nós em tom uníssono,
que esse romance sempre foi arte, pincelando sardas e pintas, somos Monalisa e Da Vinci.

Nunca fomos um casal, tampouco tradicionais, somos desordem, coquetel de sentimentos e sentidos,
inesquecíveis de qualquer jeito, e somos náufragos, perdidos em tempestades intensas de saudades,
desabrochamos nas ruínas de um desastre, silenciosos como flores no deserto, somos improváveis.

Devíamos esvaecer em qualquer fim de tarde, ver o mundo cair sobre nós ao toque do último beijo,
definir dramaticamente nosso destino numa cama desgastada, saboreando o desfecho nessa bela paisagem,
cientes que esse amor nunca se fez por um dia todo, mas duraste todos os dias.

Poesia por J.G.B

"There is No End to Love" por Tonya Vistaunet

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