Poesia - Triste Tristeza - por J.B.G

Triste Tristeza

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Triste estou, pelo vinho que não deu pileque, alegria das almas,
por uma noite de amor ausente, morangos solitários, chantilly desperdiçado,
frutas que do pé não foram roubadas, uma viagem sem banho de lama no carro,
a carência da vista de um trem, assim como sonhos, só de passagem.

Triste estarei, pela extinção das prosas inúteis, da flor amável,
daquele passo lento que esconde do sol, do sossego fácil, do filme com atraso,
da ternura dos negros olhos, do lençol feito de braços, da pele de leite,
das vezes que a casa era só mato, insetos e rio descansado.

Triste tempo, profundo impacto incurso, ponte quebradiça elevada,
queda é perdição, custosa travessa, profusos obstáculos a topar,
estátua de sal, o era uma vez, utópico, não regressará.

Tristeza, sempre o primeiro passo, entranhas do precipício, é o fim?
sinto a sombra que nasce da morte, da queda, tolos devaneios em lapsos,
urge o meu devorador de corações, obra de pedra, escuridão e aço.

Poesia por J.G.B

Pintura "Color In Motion" por Carol Shmauder

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