Poesia - De Repente - por J.B.G

De Repente

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De repente era amor, palavras adocicadas, longas prosas, jeito fácil,
músicas adotadas, sorrisos colados, corpos selados, beijos intermináveis,
juras de um amor eterno, corações alados, sentimentos inquestionáveis,
as imperfeições perfeitas de um casal amável, dignos de contos encantáveis.

Ele era tudo, ela era o mundo, os anos testemunharam a intensa magia,
surfaram as tempestades, dançaram em terremotos, até Shakespeare invejaria,
as labaredas sobre os lençóis sempre tremeluziam, todo dia, era dia,
e o mundo poderia desesperadamente acabar, nada acabaria.

De repente, era só bom dia, o céu só era cinza, as noites mal dormidas,
os toques eram frios, as canções enjoativas, até os sonhos de luz esvaneceriam,
as combalidas rotinas não perdoariam, algo até postergaria, mas cedo ou tarde, nada seriam.

O que? Por quê? Quem? Quando? os clichês do fim, ajuizamentos próprios e improdutivos,
eis que o amor não pede licença, nem faz despedida, transforma os seres, explicações não são devidas,
a grande força desmedida, se corajosa, move as montanhas, se fraca, impulsiona a rocha que a esmagaria.

Poesia por J.G.B

Pintura "Sunset On The Hill" por Brandy Vasquez

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