Poesia - Recanto Natural - J.B.G

Recanto Natural

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Invisível, quase indetectável, tomou forma, jeito, tsunami em água parada, olhos de jabuticaba,
linda face de sardas temperadas pelo sol, pele mergulhada em leite, corpo é fascínio, um deleite,
tortas nuances, forte maturidade, a menina mulher de voz rouca tranquila e a rara sintonia afinada,
e então, barreira quebrada, o homem passarinho e a mulher violeta, meteoros e cometas.

Recanto natural, onde tudo nasceste em estado aflito, terremotos, tempestades e tornados,
passarinho recolhido em relento ninho, violeta se afogando em lágrimas de chuva, receios, medos,
e então raiou, as lâminas de sol salvaste as flores, a temperatura afastou dissabores, curando as dores,
a flor espalhaste sua cor, tomaste todo o campo, as asas encolhidas bateram, piando, sobrevoando o recanto.

Este passarinho não é beija-flor, mas rega a dor, fitou a violeta florescer, terra dura, raiz sofreu,
apaixonaram-se diante das improbabilidades, flor quer voar, pássaro quer plantar, impossibilidades fatídicas,
fácil naturalidade, os significados das coisas, os mistérios do mundo, inexplicável é a sintonia profunda.

Voar em céu límpido, correr pelos campos abertos, nada é deserto, querem enrolar o destino em penas e pétalas,
paixão enjaulada, mal consumida, infelizes aqueles que não podem viver, quando se é tudo que queres, se queres,
presos pela beleza do recanto cultivado, desejos densos, sentimentos crus, sucumbirá por amor ou de amar morrerás.

Poesia por J.G.B

Pintura "Cedar Nook Cottage" por Thomas Kinkade

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