Bicho do Mato

Bicho do Mato, fuga das confusões humanas, malditos ignorantes, estragos gratuitos,
quero ser inseto, enxergar do alto, assustar embaixo, amedrontar, só por existir de fato,
ou ser felino, os coitados aprisionados em caixas de concretos, ou quem sabe, os esfomeados,
vivendo da capada natureza selvagem, quando não são mortos por covardes, terrível Homo Sapiens.

Esconder-se, omitir-se, estrategicamente, a casa bola do tatu, o buraco da toupeira,
o mal que existe não alcança, quem vive abaixo da sujeira, a proteção da mãe natureza,
correr em patas curtas, lagarteio, dançar sob a terra dos perigos, a cobra causa medo,
e haverá sempre um humano, rebuscado de receio, assassinando cada bicho, alma horrível, pena.

Voa Falcão, fuja da tormenta, seus grandes olhos enxergam longe, a grande escopeta,
acompanhe passarinho, dê o sinal para a natureza, piar alto, o perigo injusto iminente,
coruja observa, o refúgio coletivo animalesco, o barulho do tiro, sangra a carne, serve a mesa.

Falta a todos homens, serem mais animais e natureza, não só bípedes cerebrais, destrutivos sanguinários,
respeitar quem a este mundo veio antes, ocupar cada centímetro do terreno, razão de vida de todos os seres,
insetos, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, há mais, a natureza é milenar, nós, morremos cedo, merecemos.

Poesia por J.G.B

Pintura "Nature Animals" por Samet Sevincer