Poesia - Quando - J.B.G

Quando

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Quando serás minha? Se já és. Quando dividirás o ar? Se já o respiras sem fôlego. Quando enlouquecerás?
Se já não achas o juízo. Quando serás paixão? Se já queimas em brasa. Quando beijarás com sede essa boca?
Se todo o sal da língua já secaste. Quando serás o véu da cama? Se já te deitastes em pensamentos inquietos.
Quando olharás em meus olhos? Se já não olham a mais ninguém. Quando será minha ilha? Se já és terra, mar e fauna.

Quando caminhareis nas trilhas da tua terra? Agarrareis na ponta da cintura, derrapareis o juízo na melhor curva,
escorregareis de cima a baixo, queda livre do teu vestido aos pés, toda tua nudez crua em dedos macios, língua solta, mão boba,
escalareis os arrepios da espinha em barba grossa, enquanto passeio suavemente nas areias fina de tua beira, pele de leite,
sentireis a carne pulsar, conectar-se, cada pedaço meu, a todas outras maravilhas que me entregaste, dares-me.

Quando mergulhareis nas profundezas do teu mar? Antes, navegar maravilhado nos seus mínimos detalhes, profunda conexão da alma,
sabereis onde terminas a represa dos seus olhos de jabuticaba, chocando-se ao começo do mar do meu sorriso, límpido fascínio,
brilhaste as estrelas ao focaste em superfície, enquanto fito as pequenas flores que espalham e colorem em campo longínquo.

Quando explorareis tua fauna? Descobrireis, todas tuas formas de viver feliz, onde habitaste tua bela natureza selvagem,
como descansaste em calmaria noturna, fareis morada na árvore coração, conexão, escutareis tuas batidas pelo interior do casco,
respirareis melhor, cercado por tuas pétalas roxas, alimentareis tua vida de amor orgânico, passarinho pousaste, violeta coloraste.

Poesia por J.G.B

Pintura "E.A.R.T.H.#12" por Brian Kirhagis

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